Viver próximo a vias movimentadas aumenta o risco de demência, dizem pesquisas

Nos últimos anos, uma série de pesquisas científicas tem mostrado que o ambiente urbano em que vivemos influencia diretamente nossa saúde cerebral. A exposição contínua à poluição do ar e ao ruído intenso está relacionada a alterações cerebrais que podem acelerar o envelhecimento cognitivo. Entre os fatores mais preocupantes, morar próximo a vias de tráfego intenso surge como um risco crescente para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos.
Pesquisas publicadas em revistas renomadas, como Environmental Health, comprovam que viver perto de grandes avenidas e rodovias aumenta a probabilidade de desenvolver doenças como Demência, Alzheimer e Parkinson. Pois, a combinação entre poluentes atmosféricos e o excesso de ruído cria um ambiente nocivo que afeta o sistema nervoso e favorece processos degenerativos do cérebro.
Neste post, você vai entender como o tráfego urbano pode impactar a saúde mental e cognitiva, o que a ciência tem descoberto sobre essa relação e quais medidas podem ajudar a reduzir esses riscos. Também veremos por que as áreas verdes e o isolamento acústico são aliados essenciais na preservação da saúde cerebral em meio às cidades modernas.
O que é demência e por que ela preocupa?
A demência não é uma consequência natural do envelhecimento, mas sim um conjunto de condições caracterizadas pela perda progressiva das funções cognitivas, incluindo memória, raciocínio, linguagem e capacidade de decisão. O tipo mais comum é a doença de Alzheimer, responsável por cerca de 70% dos casos conhecidos. Outros tipos incluem a demência vascular, ligada a doenças circulatórias, a demência com corpos de Lewy, que afeta cognição e movimento, e a demência frontotemporal, que interfere principalmente no comportamento e na linguagem.
“Há uma necessidade de melhorar a educação em saúde da população para reconhecer sinais precoces e combater estigmas associados ao envelhecimento e às doenças cognitivas, ou seja, não considerar que tudo é pela idade”
Iron Dangoni, neurologista
Além dos fatores genéticos, estudos recentes indicam que influências ambientais acumuladas ao longo da vida também desempenham um papel importante no desenvolvimento da demência. O contato constante com poluentes atmosféricos e ruídos urbanos, por exemplo, pode acelerar o declínio cognitivo e favorecer processos inflamatórios no cérebro.
Ademais, o impacto da demência ultrapassa o indivíduo e atinge famílias e sistemas de saúde, refletindo-se em desafios sociais e econômicos cada vez maiores. Assim, entender como o ambiente urbano interfere na saúde mental é essencial para reduzir os impactos da doença e promover um envelhecimento mais saudável.
O que dizem os estudos sobre o tráfego urbano e o risco de demência?
Os cientistas ainda buscam compreender os mecanismos exatos que explicam essa relação, mas algumas hipóteses já são bem fundamentadas. A primeira está relacionada à poluição do ar, as partículas e os gases liberados por veículos penetram nos pulmões e podem alcançar o cérebro pela corrente sanguínea. Essa exposição favorece processos de inflamação crônica, estresse oxidativo e degeneração neuronal.
Além do impacto direto sobre o sistema nervoso, a poluição também contribui para o aumento de doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes, fatores de risco associados à demência.

Outra explicação envolve o ruído constante do tráfego, um elemento cotidiano nas áreas urbanas que interfere no bem-estar físico e mental. A exposição contínua a sons intensos está ligada ao aumento dos níveis de estresse, à piora da qualidade do sono e à elevação da pressão arterial, fatores que, combinados, aceleram o declínio cognitivo e prejudicam a capacidade de concentração.
Ademais, estudos indicam que a interação entre poluição atmosférica e ruído urbano pode ter um efeito ainda mais prejudicial. Essa combinação parece potencializar a resposta inflamatória do organismo e sobrecarregar o sistema nervoso central, ampliando os danos cerebrais.
Pesquisa do Instituto de Saúde Pública de Ontário
Um dos estudos mais influentes sobre o tema foi conduzido no Canadá e publicado no periódico Lancet. A pesquisa acompanhou mais de 6,6 milhões de pessoas na província de Ontário durante mais de uma década (2001 a 2012). O objetivo era analisar se morar perto de vias movimentadas poderia estar relacionado ao surgimento de doenças neurodegenerativas.
E, os resultados foram claros, pessoas que viviam a até 50 metros de uma estrada movimentada apresentaram um risco 7% maior de desenvolver demência em comparação com aquelas que moravam a mais de 300 metros. Entre 50 e 100 metros, o risco era 4% maior, e entre 100 e 200 metros, 2% maior. Acima de 200 metros, o risco deixava de ser significativo.
“O novo levantamento publicado no “Lancet”, porém, é o primeiro a investigar a ligação entre a proximidade de tráfego intenso e o surgimento de doenças neurodegenerativas.”
O Globo
Curiosamente, o mesmo estudo não encontrou associação entre a proximidade das vias e doenças como Parkinson ou esclerose múltipla. Isso sugere que há mecanismos específicos ligados à demência que merecem ser investigados com mais profundidade.
Estudo da Universidade de British Columbia
Pesquisadores da Universidade de British Columbia (UBC) aprofundaram essa investigação em um estudo publicado no periódico Environmental Health. Eles analisaram dados de 678 mil adultos que viviam em Vancouver e observaram que, morar a menos de 50m de uma via principal ou a menos de 150m de uma rodovia estava associado a um aumento no risco não apenas de demência, mas também de doença de Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla.
“Pela primeira vez, confirmamos uma ligação entre poluição do ar e proximidade do tráfego com um risco maior de demência, Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla em nível populacional”
Weiran Yuchi, principal autor do estudo
Ademais, os autores destacaram a poluição do ar como possível principal vilã, já que a exposição prolongada a gases e partículas finas pode afetar o sistema nervoso. No entanto, eles mesmos ressaltam que ainda não há certeza sobre qual elemento do ambiente urbano exerce o maior impacto, a poluição ou o barulho. Por isso, defendem a necessidade de estudos mais aprofundados para compreender melhor a relação entre poluição, ruído e doenças neurológicas.
Outro ponto importante do estudo é que os pesquisadores perceberam um efeito protetor entre aqueles que viviam próximos a áreas verdes, como parques e jardins. Pois, a vegetação ajuda a filtrar poluentes atmosféricos, reduzir o estresse e estimular atividades físicas, o que contribui de maneira significativa para a saúde neurológica e para a prevenção do declínio cognitivo.
Fatores genéticos podem influenciar no desenvolvimento dessas doenças?
Embora morar perto de vias movimentadas possa representar um fator de risco adicional, ele não atua isoladamente. A demência é resultado de uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. De acordo com estudos, cerca de 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos ou adiados por meio de mudanças no estilo de vida e no ambiente. As principais recomendações incluem:

- Manter uma dieta saudável e rica em antioxidantes;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
- Controlar a pressão arterial, o colesterol e o diabetes;
- Cuidar da audição e da visão, pois perdas sensoriais estão associadas ao declínio cognitivo;
- Estimular o convívio social e evitar o isolamento;
- Priorizar o sono de qualidade;
- Reduzir a exposição à poluição e ao ruído urbano sempre que possível.
Essas medidas não apenas reduzem o risco de demência, mas também fortalecem o cérebro contra outros tipos de degeneração e promovem um envelhecimento mais saudável.
A importância dos espaços verdes e do planejamento urbano
A presença de parques, árvores e áreas verdes nos bairros pode atuar como uma barreira natural contra o impacto da poluição e do ruído, assim reduzindo significativamente o risco de declínio cognitivo. Isso porque o contato com a natureza favorece a prática de atividades físicas, melhora a qualidade do sono e diminui a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol.
Além disso, estudos complementares publicados na revista Environmental Health Perspectives comprovam que viver próximo à natureza na vida adulta pode desacelerar a perda cognitiva ao longo dos anos. A pesquisa acompanhou quase 17 mil mulheres idosas nos Estados Unidos e constatou que aquelas que viviam em locais com mais áreas verdes apresentaram menor declínio nas funções cognitivas e menor risco de desenvolver demência.
“Quem está perto da natureza se exercita mais, que é um fator protetor, e há também maior exposição à luz solar, que beneficia o ciclo circadiano, a qualidade do sono e a produção de vitamina D”
Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein
Esse efeito benéfico foi ainda mais perceptível entre pessoas de baixa renda, o que reforça a importância de políticas públicas que garantam o acesso equitativo a espaços verdes.
Como a Atenua Som pode ajudar?
As soluções acústicas da Atenua Som oferecem uma forma eficaz de minimizar o impacto do ruído para quem vive próximo a rodovias e vias de tráfego intenso. Por meio de janelas e portas acústicas de alta performance, é possível reduzir significativamente os níveis de barulho no interior dos ambientes, promovendo conforto e bem-estar.
Logo, para as pessoas que moram em locais com alto fluxo de veículos e não dispõem de áreas verdes por perto, investir em isolamento acústico é uma estratégia inteligente para proteger a saúde mental e cognitiva. A redução de ruídos constantes contribui para um sono de melhor qualidade, maior concentração e menor estresse diário.
Além de mitigar os efeitos negativos da poluição sonora nas grandes cidades, as janelas e portas da Atenua Som contribuem para o conforto térmico, mantendo a temperatura interna mais estável e reduzindo a necessidade de uso constante de ar-condicionado ou aquecedores.

Por fim, como vimos ao decorrer desse conteúdo, a partir das pesquisas citadas, viver próximo a vias movimentadas está associado a um aumento no risco de demência, especialmente quando há exposição prolongada à poluição do ar e ao ruído intenso. Mais do que nunca, repensar a relação entre cidade e saúde é essencial para um futuro em que viver bem signifique também envelhecer com lucidez.
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