Ruído urbano aumenta risco cardíaco em idosos?

Quem vive nas grandes cidades convive diariamente com sons de trânsito, aviões, obras e buzinas. Essa poluição sonora, comum nas metrópoles, pode parecer normal, mas tem efeitos que vão muito além do incômodo. E, para os mais velhos, essa exposição frequente ao barulho ultrapassa o desconforto pontual e se transforma em um risco cardíaco real para os idosos.
Isso acontece porque o ruído constante estimula mecanismos de estresse no organismo. A liberação de hormônios como cortisol e adrenalina leva ao aumento da pressão arterial, altera o ritmo do sono e desencadeia processos inflamatórios nos vasos sanguíneos. Quando essas reações se repetem continuamente, o corpo passa a viver em estado de alerta permanente, o que eleva consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares.
Neste post, vamos explorar de forma didática como o ruído urbano afeta diretamente a saúde cardiovascular dos idosos. Também vamos entender por que esse grupo é mais vulnerável aos efeitos do barulho e quais medidas podem ser adotadas para mitigar esse problema e garantir mais qualidade de vida.
O que é ruído urbano?
Ruído urbano é o som excessivo e constante proveniente de fontes típicas das cidades, como trânsito, obras, sirenes, aeroportos, linhas de trem e atividades comerciais. Esse excesso de sons não apenas incomoda, mas também representa uma ameaça real ao bem-estar, especialmente quando se torna parte da rotina.

Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que os níveis de ruído não ultrapassem 55 decibéis (dB) durante o dia e 45 dB à noite. Apesar disso, a realidade em muitos centros urbanos é bem diferente, já que é comum que esses níveis sejam ultrapassados. Em diversas cidades, os níveis sonoros comumente alcançam entre 70 dB e 90 dB em ruas movimentadas, e em regiões com obras ou tráfego aéreo, esses valores podem facilmente chegar a mais de 100 dB.
Ademais, essa exposição constante é especialmente nociva para idosos, pois seu organismo tende a ser mais sensível a alterações externas. Como consequência, esse barulho intenso pode provocar aumento de pressão, irritabilidade, ansiedade, distúrbios no sono e agravamento de doenças pré-existentes.
Fontes de ruído dentro de casa também podem prejudicar sua saúde
Mesmo que o trânsito, as obras ou o tráfego aéreo liderem as estatísticas de poluição sonora, ruídos “menores” dentro de casa também sobrecarregam o coração quando duram horas seguidas. Pois, geladeiras antigas, bombas d’água de condomínios, geradores e aparelhos de ar‑condicionado mantêm um zumbido contínuo entre 45 e 65 dB, esse som prolongado estimula a produção de cortisol, eleva a pressão arterial e impede que o corpo relaxe completamente.
“O som tem uma influência muito grande no nosso organismo. A gente chora com uma música, por exemplo. E uma exposição constante a barulhos, mesmo que não sejam muito altos, é como se a gente sempre causasse um estresse diário no organismo. Um pequeno machucadinho todos os dias. Ao final, isso vira uma ferida grande. É o que acontece com a exposição sonora no nosso organismo”
Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein
Ademais, vizinhos que tocam instrumentos ou ouvem música em alto volume criam picos intermitentes próximo de 70 dB. Desse modo, a alternância inesperada entre silêncio e ruído mantém o sistema nervoso simpático ativado, fragmentando a concentração durante o dia e acarretando o sono leve à noite. Diante desses cenários, essa exposição doméstica de baixa intensidade, repetida diariamente, pode aumentar marcadores de inflamação e acelerar a rigidez arterial em idosos.
Entenda os efeitos do barulho no sistema cardiovascular
Diversas pesquisas recentes comprovam a ligação entre poluição sonora e doenças cardíacas, também ressaltam como é importante trazer visibilidade a essa temática. Por exemplo, no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2024), o pesquisador Thomas Münzel apresentou dados alarmantes, como o fato de que a cada aumento de 10 dB, o risco de eventos cardiovasculares graves cresce aproximadamente 3,2%. Outrossim, segundo ele, manter os níveis de ruído abaixo de 55 dB poderia salvar cerca de 110 mil vidas por ano que morrem em decorrência da poluição sonora.
“Quando o som passa de um certo limite, ele acaba estimulando mecanismos cerebrais responsáveis pelas emoções. Isso acaba levando à produção de uma série de hormônios, mais destacadamente a adrenalina e a cortisol [hormônios do estresse], que provocam um desbalanço no organismo e um processo inflamatório dentro do endotélio, a parede dos vasos sanguíneos”
Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein
Esses problemas cardiovasculares são ocasionados quando o ruído excessivo ativa o sistema nervoso simpático, responsável por liberar hormônios como o cortisol e a adrenalina. Substâncias, as quais, aceleram os batimentos, elevam a pressão arterial e favorecem processos inflamatórios nos vasos sanguíneos. E, com o passar do tempo, esse estado constante de alerta fisiológico sobrecarrega o sistema cardiovascular, podendo levar a:
- Hipertensão arterial;
- Arteriosclerose (endurecimento das artérias);
- Disfunção endotelial;
- Inflamações vasculares;
- Maior risco de infarto e AVC.
Como é possível notar, isso inclui não apenas infartos e AVCs, mas também hospitalizações por insuficiência cardíaca e diversos outros tipos de problemas que representam um risco cardíaco aos idosos. Portanto, não se trata de um incômodo momentâneo, mas de um risco real à saúde, que em alguns casos pode ser fatal.
Ruídos durante o sono acarretam problemas na saúde cardiovascular?
Durante o sono, o corpo deveria entrar em um estado de repouso profundo que permite a recuperação de diversas funções vitais. A pressão arterial tende a diminuir, os batimentos cardíacos desaceleram e o sistema cardiovascular entra em equilíbrio. Sendo assim, esse processo é essencial para manter a saúde do coração ao longo do tempo.

No entanto, a presença de ruídos noturnos, como buzinas, sirenes, obras ou tráfego intenso, impede que o organismo atinja esse estado de descanso completo. Mesmo que a pessoa não desperte completamente, os ouvidos continuam ativos, e o cérebro responde aos estímulos sonoros liberando hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina.
Como consequência, há a elevação da pressão arterial e a fragmentação do sono, tornando-se superficial e não reparador. E, esse ciclo, quando repetido por várias noites seguidas, contribui para o desgaste do sistema cardiovascular, favorecendo o surgimento ou agravamento de doenças
Por que os idosos são mais vulneráveis?
Com o envelhecimento, o corpo se torna naturalmente mais sensível aos estímulos externos. Por isso, o sistema cardiovascular pode apresentar sinais de desgaste, como pressão instável, rigidez nas artérias e redução da eficiência na circulação sanguínea. Desse modo, essa combinação de fatores torna os idosos biologicamente mais vulneráveis ao impacto do ruído urbano.
Além dessa predisposição física, é importante considerar que muitos idosos convivem com condições de saúde crônicas, como hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e perda auditiva. Tais quadros de saúde, podem ser agravados pela exposição contínua ao barulho, consequentemente aumentando os riscos.

No entanto, as pessoas de idade não são as únicas afetadas, crianças em fase de desenvolvimento, indivíduos com distúrbios de ansiedade, problemas respiratórios ou dificuldades para dormir também enfrentam riscos significativos. Em especial, aqueles que vivem em áreas mais barulhentas por limitações socioeconômicas.
Como reduzir os problemas ocasionados no coração pelo barulho
Mesmo que o controle da poluição sonora dependa, em grande parte, de políticas públicas, há atitudes individuais que ajudam a reduzir os danos causados pelo barulho. Pequenas mudanças no ambiente doméstico podem oferecer alívio significativo, sobretudo para os idosos que convivem com sons urbanos agressivos no dia a dia. A seguir, detalhamos algumas medidas acessíveis que podem fazer toda a diferença.
- Isolamento acústico: A instalação de janelas antirruído e portas antirruído são soluções técnicas que bloqueiam significativamente os sons vindos da rua. Essa barreira física ajuda a manter o ambiente interno mais estável e tranquilo, reduzindo o impacto dos sons externos nas funções do corpo. Para ambientes residenciais, essa medida pode ser a principal aliada na promoção de um espaço seguro para o descanso, o sono e o relaxamento do sistema cardiovascular, principalmente para idosos que passam mais tempo dentro de casa.
- Reorganização de cômodos: Realocar o quarto ou outros espaços de descanso para áreas menos expostas ao barulho é uma estratégia eficaz para reduzir a exposição prolongada ao ruído. Ademais, é válido ressaltar que, ambientes localizados nos fundos da residência ou voltados para ruas menos movimentadas costumam ser mais silenciosos, ou seja, são uma boa opção de destino para um novo comodo.
- Protetores auriculares: São aliados importantes, principalmente durante o sono ou em momentos de repouso, pois reduzem a entrada de sons externos, proporcionando um ambiente mais calmo. Existem modelos de espuma, cera ou silicone, com diferentes níveis de bloqueio sonoro, que se adaptam às preferências individuais e são especialmente úteis para idosos mais sensíveis ao barulho.
- Redução de estímulos: Diminuir o uso de aparelhos eletrônicos, como TVs, rádios e celulares, principalmente no período noturno, ajuda a evitar estímulos auditivos excessivos. A criação de uma rotina noturna mais tranquila favorece o desligamento do sistema nervoso simpático, facilitando o descanso profundo.

Como já vimos, o ruído urbano representa um risco cardíaco significativo para os idosos. Não se trata apenas de desconforto auditivo, mas de um agente que afeta diretamente o funcionamento do organismo, comprometendo o sono, elevando a pressão arterial e favorecendo inflamações.
Ademais, ignorar esse problema é negligenciar uma ameaça silenciosa e progressiva. Por isso, adote medidas preventivas, assim é possível reduzir consideravelmente a exposição sonora e promover mais qualidade de vida, especialmente para quem já possui fragilidades de saúde.
Se você convive com o barulho constante e sente que isso está impactando seu bem-estar ou o de um familiar, não hesite em buscar apoio. Nós, da Atenua Som, estamos prontos para ouvir, entender sua realidade e encontrar soluções personalizadas que garantam mais conforto e proteção para o seu dia a dia.
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