Atualização da NBR 7199, Principais Mudanças nas Aplicações de Vidro

A ABNT NBR 7199 é a principal norma que orienta o uso do vidro na construção civil brasileira, definindo critérios técnicos para garantir segurança, desempenho e durabilidade em diferentes tipos de projetos. Em 30 de junho de 2025, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou uma atualização importante, que revisa parâmetros e amplia exigências para o uso responsável e seguro dos vidros em edificações.
Essa revisão recente trouxe mudanças significativas que impactam toda a cadeia produtiva, desde fabricantes e projetistas até instaladores e construtoras. As novas exigências alinham o setor vidreiro brasileiro a padrões internacionais de segurança e qualidade, reforçando a importância da aplicação correta dos vidros em áreas críticas, como fachadas, portas, divisórias e coberturas.
Neste post, você vai entender as principais alterações da nova NBR 7199, descobrir como essas mudanças influenciam o uso dos vidros na construção civil e conhecer os pontos de atenção que profissionais do setor devem observar para garantir conformidade e segurança em seus projetos.
O que é a NBR 7199 e por que ela é essencial?
A NBR 7199 é uma norma técnica criada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para regulamentar o uso do vidro em edificações. O documento foi elaborado com base em estudos técnicos e referências internacionais, reunindo especialistas do setor para definir padrões que garantem a segurança e o desempenho das aplicações de vidro na construção civil.
Desde sua criação, essa norma tem o papel de unificar critérios e promover a padronização de práticas no setor vidreiro. Sendo assim, ela define parâmetros técnicos para dimensionamento, especificação e desempenho dos vidros, assegurando que cada aplicação atenda aos níveis adequados de resistência, estabilidade e conforto visual e térmico.
Esta Norma especifica os requisitos para projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil. As fórmulas contidas nesta Norma não se aplicam para projetos de vidros estruturais.
NBR 7199
Ademais, essa padronização é essencial para proteger usuários e profissionais, reduzir riscos de acidentes e elevar o nível de qualidade das construções. Pois, ao orientar o uso correto dos diferentes tipos de vidro, a NBR 7199 contribui para que o setor opere de forma mais segura, eficiente e alinhada às boas práticas.
Principais mudanças da nova ABNT NBR 7199
A atualização da norma trouxe uma série de mudanças significativas que influenciam diretamente a forma como os vidros são especificados e aplicados na construção civil. O processo de revisão foi conduzido por um grupo técnico da ABNT, sob a coordenação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), ligado à Abravidro, que reuniu especialistas do setor para garantir que as novas diretrizes refletissem as práticas mais seguras e eficientes.
Após cerca de dois anos de discussões e reuniões técnicas, o documento revisado — agora intitulado “Aplicações de vidros na Construção Civil – Requisitos” — introduziu mudanças profundas que impactam o projeto, a execução e a manutenção das edificações. Veja a seguir, as principais atualizações:
Reclassificação dos vidros de segurança
Uma das alterações mais relevantes é a exclusão do vidro aramado da categoria de vidros de segurança. A partir de agora, somente os vidros temperado e laminado são reconhecidos como seguros para uso em locais sujeitos a impacto, quedas ou intensa circulação de pessoas.
Sendo assim, esse tipo de vidro deixa de ser permitido em aplicações sensíveis, como portas e suas áreas adjacentes, guarda-corpos, coberturas, boxes, vitrines, muros, divisórias, janelas instaladas abaixo de 1,10 m do piso, fachadas verticais e inclinadas, bem como em escadas, rampas e patamares.
Ademais, embora o vidro aramado possua uma malha metálica interna que reduz a dispersão dos fragmentos quando ocorre a quebra, ele ainda pode gerar bordas cortantes e, portanto, não garante a mesma proteção que os vidros de segurança modernos. Por isso, a atualização decidiu acompanhar as práticas adotadas em outros países, as quais não consideram o aramado como vidro de segurança por conta de seu comportamento em caso de ruptura.
Inclusão do vidro termoendurecido
Com a atualização, o vidro termoendurecido passou a ser oficialmente incorporado à NBR 7199. Esse vidro é obtido por meio de um processo térmico controlado, o qual aumenta de forma considerável sua resistência. Dessa forma, ele se torna mais resistente a impactos e variações de temperatura, sem perder a transparência e o acabamento característico do vidro comum.

E, por ter essa resistência, ele é indicado para situações intermediárias, nas quais há necessidade de robustez, mas sem risco direto ao usuário. Contudo, vale destacar que ele não deve ser aplicado em locais de alta exposição ou vulnerabilidade, como portas, boxes, coberturas ou áreas sujeitas a impactos, já que nessas áreas é necessário o uso exclusivo de vidros de segurança. Ainda assim, seu uso é bastante valorizado na composição de vidros laminados e insulados.
Atualização na composição dos vidros insulados
Conhecidos popularmente como vidros duplos, esses sistemas são formados por duas ou mais lâminas de vidro separadas por uma câmara preenchida com ar seco ou gás argônio. Essa configuração melhora o isolamento térmico e acústico, sendo ideal para projetos que buscam eficiência energética ou que exigem maior controle de ruído.
No entanto, apesar das vantagens, a norma define que esse tipo de vidro não pode ser utilizado, independentemente de sua composição, em envidraçamentos de sacadas, boxes de banheiro, pisos e degraus de vidro, visores de piscinas, aquários e elementos estruturais de vidro.
Ademais, com a atualização da norma, passou a ser permitido o uso de vidro termoendurecido na composição dos vidros insulados, desde que sejam respeitados os requisitos de segurança e aplicação. Essa mudança amplia as possibilidades arquitetônicas e técnicas, combinando desempenho térmico, acústico e estético.
Portas e áreas adjacentes
Com a atualização, as portas de vidro devem obrigatoriamente ser fabricadas com vidros de segurança. Além disso, áreas adjacentes situadas até 600 mm das bordas da porta, também precisam ser compostas por vidro de segurança, seja temperado ou laminado, garantindo maior resistência e proteção em caso de impacto.

Além disso, é importante dizer que o vidro laminado é formado por duas ou mais lâminas intercaladas por uma película plástica, geralmente de PVB, que mantém os fragmentos presos em caso de quebra. Já o vidro temperado passa por um processo de aquecimento e resfriamento rápido que aumenta significativamente sua resistência ao impacto. E, quando quebrado, ele se fragmenta em pequenos pedaços arredondados.
Tendo isso em vista, a norma passou a estabelecer que, nas portas e áreas adjacentes, somente sejam utilizados vidros temperados, laminados de segurança ou composições insuladas formadas por esses tipos, assegurando maior proteção e conformidade com as exigências da atualização.
Ambientes especiais
Ambientes que recebem crianças, idosos ou grande número de pessoas, como escolas, hospitais, academias, templos religiosos e outros espaços de uso coletivo devem adotar vidros de segurança em todas as aplicações instaladas até 1,8 metro de altura a partir do piso. Essa exigência tem como objetivo reduzir o risco de ferimentos em caso de impacto ou quebra acidental, garantindo maior proteção em locais considerados sensíveis.
Nesses contextos, a norma determina o uso exclusivo de materiais de alta resistência, como vidros temperados, laminados de segurança ou insulados compostos por esses tipos. Essa medida reforça o compromisso com a integridade dos usuários e assegura que o desempenho estrutural e a segurança sejam mantidos mesmo em ambientes de grande circulação.
Escadas, rampas e patamares
Vidros instalados a até 1,5 m de escadas e rampas, exceto guarda-corpos, devem obrigatoriamente ser de segurança até essa mesma altura, medida a partir do degrau ou do piso. Essa exigência tem como propósito reduzir o risco de acidentes e proteger os usuários contra impactos em áreas de passagem e circulação intensa.

Ademais, quando há um desnível superior a 1,0 m entre os ambientes, a norma determina o uso de vidro laminado de segurança classe 1. Caso o fechamento seja composto por vidro insulado, a face interna deve utilizar o laminado de segurança classe 1, enquanto a externa pode ser formada por vidro termoendurecido, temperado ou laminado.
Já nos casos de desníveis iguais ou inferiores a 1,0 m, é permitido empregar vidro temperado, laminado de segurança classe 1 ou insulado composto por esses materiais, desde que atendam aos critérios de resistência e estabilidade previstos na norma.
Muros, divisórias e vitrines
Esses elementos estruturais passam a exigir o uso exclusivo de vidros de segurança após a atualização, o que eleva o nível de proteção e reforça o compromisso com a integridade física das pessoas, principalmente em áreas comerciais, corporativas e de grande circulação.
Sendo assim, nas divisórias e vitrines, quando houver desnível superior a 1,0 m entre os ambientes, a norma determina o uso de vidro laminado de segurança classe 1 ou vidro insulado, com a face interna em laminado de segurança classe 1 e a externa em vidro laminado ou temperado. Já nos casos em que o desnível for igual ou inferior a 1,0 m, é permitido utilizar vidro temperado, laminado de segurança ou insulado composto por esses materiais.
Para os muros de vidro, o princípio é semelhante. Quando o desnível entre os ambientes ultrapassa 1,0 m, deve-se empregar laminado de segurança classe 1 ou, no caso de insulados, composições com o lado interno em laminado de segurança classe 1 e o externo em laminado, termoendurecido ou temperado. Em situações com desníveis menores ou iguais a 1,0 m, admite-se o uso de vidros temperados, laminados de segurança ou insulados com essas combinações.
Outras modificações
As diretrizes sobre furações e recortes foram transferidas para a NBR 14698, norma específica sobre vidro temperado. Essa mudança separa claramente as responsabilidades de cada norma e garante maior precisão técnica nas aplicações práticas.

A NBR 7199 também trouxe atualizações relevantes sobre o armazenamento de vidros, com ajustes nas recomendações conforme o tipo de material. A norma também passou a permitir o empilhamento de um número maior de vidros insulados, desde que haja um acordo formal entre o fornecedor e o responsável pela obra. Ademais, arevisão também padroniza a nomenclatura de diversos tipos de vidro, deixando a comunicação mais clara e alinhada às práticas internacionais. Confira algumas das principais alterações:
- Vidro impresso passa a ser vidro texturizado;
- Vidro aramado passa a ser vidro texturizado aramado;
- Vidro de controle solar agora é vidro revestido para controle solar;
- Vidro serigrafado passa a ser chamado de vidro esmaltado temperado.
Benefícios dessas atualizações para o mercado e para o usuário final
A revisão da NBR 7199 marca um avanço significativo para a construção civil, ao fortalecer os padrões de segurança e eficiência no uso do vidro. Suas novas diretrizes tornam mais claras as condições de aplicação e ampliam as exigências para o uso de vidros de segurança. Ademais, além de reforçar a segurança, a norma também aproxima o setor brasileiro das práticas internacionais, elevando o nível técnico das edificações.
Essa NBR 7199 também consolida um compromisso duradouro com a inovação e a qualidade no setor vidreiro. Ao padronizar processos e estimular o uso de tecnologias avançadas, cria-se um cenário mais confiável e transparente, fortalecendo a segurança dos projetos e a confiança de profissionais e consumidores.

A atualização da ABNT NBR 7199/2025 representa um passo importante para a evolução da construção civil brasileira. Mais do que uma revisão técnica, ela reforça o compromisso do setor com a segurança, a eficiência e a qualidade.
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