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Ruído nas escolas, Um Inimigo Muito Mais Perigoso do que Parece

Criança com uniforme escolar branco, gravata listrada vermelha e mochila azul, tampa os ouvidos com os dedos e faz expressão de incômodo em frente a um fundo amarelo.

O ambiente escolar deve ser um espaço de aprendizado, convivência e desenvolvimento. Contudo, quando o excesso de barulho invade salas de aula e pátios, esse local se transforma em um risco para a saúde auditiva e emocional. Esse cenário, muitas vezes naturalizado, acaba afetando diretamente a rotina de alunos e professores, que convivem diariamente com sons elevados.

Sendo assim, esse tipo de ruído compromete a concentração, atrapalha o raciocínio e prejudica o rendimento acadêmico. Dessa forma, crianças expostas a ambientes barulhentos tendem a apresentar agitação, dificuldade de memorização e queda no desempenho. Já os professores, por sua vez, sofrem com estresse, fadiga e desgaste vocal constantes.

Portanto, mais do que um detalhe cotidiano, o barulho nas escolas deve ser entendido como um problema de saúde pública. Pois, a exposição contínua a níveis sonoros elevados pode comprometer a audição, aumentar o estresse e afetar a saúde mental, gerando impactos cumulativos que se estendem por toda a vida.

O que é considerado ruído excessivo nas escolas?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite suportável para o ouvido humano em ambientes de convivência é de 65 decibéis (dB). E, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda que, dentro das salas de aula, o nível de ruído não ultrapasse 40 a 50 dB.

Apesar disso, medições realizadas em escolas brasileiras revelam uma realidade preocupante, pois muitas turmas chegam a 80 dB, e os pátios escolares podem ultrapassar 100 dB durante o recreio, intensidade comparável ao som de uma britadeira ou mesmo de uma turbina de avião.

“É natural e saudável que os alunos, professores e funcionários façam barulho. Isso faz parte da convivência escolar. O problema é que as escolas não são pensadas para que esse barulho não atrapalhe o ambiente de aprendizagem, elas não têm proteção acústica, têm excesso de alunos por turma e são mal projetadas para a sua finalidade”

Vera Lúcia Gomes Jardim, professora da Unifesp

Esse cenário, portanto, ultrapassa em muito o que é considerado saudável, reforçando a ideia de que a poluição sonora é um problema invisível, mas extremamente nocivo para a comunidade escolar. Além disso, deixa evidente a necessidade de tratar o tema como prioridade dentro do ambiente educacional.

Principais fontes de barulho nas escolas

Agora que se sabe que o ambiente escolar ultrapassa em muito as recomendações, é importante compreender quais são as principais fontes desse barulho constante. Dentro das salas, por exemplo, o ruído surge das conversas entre alunos, dos gritos, do arrastar de cadeiras, de instrumentos musicais e até de equipamentos de laboratório. Além disso, as atividades esportivas contribuem de forma significativa para elevar os níveis sonoros.

Não se pode esquecer também do barulho externo, que vem do trânsito, de obras próximas, da movimentação em pátios e quadras e até de aviões e atividades comerciais no entorno. Todo esse conjunto de sons invade as salas de aula, prejudicando a concentração e tornando o ambiente menos adequado para o aprendizado.

“Quanto maior a frequência a ambientes barulhentos ao longo da vida, maiores as chances de danos à audição, que podem começar ainda na infância. No ambiente escolar, a gritaria da turma, somada aos ruídos que vêm da rua e do trânsito, prejudica o bem-estar de todos, comprometendo não apenas a concentração e aprendizagem, mas também os ouvidos”

Marcella Vidal, fonoaudióloga

Somando-se a essas fontes, o sinal escolar é outro elemento que precisa ser destacado, pois em muitas ocasiões ele ultrapassa 90 decibéis, intensidade comparável à de uma britadeira. Embora ocorra em períodos curtos, a repetição várias vezes ao dia amplia os efeitos negativos do ruído.

Como o ruído afeta alunos e professores?

O ruído não causa apenas problemas físicos, mas também compromete de forma significativa a saúde mental, criando um ciclo de consequências que vai muito além do incômodo imediato. Contribuindo para nervosismo, agressividade, dificuldades de aprendizagem, e reduzindo a capacidade de memorização e rendimento cognitivo.

Além disso, o excesso de barulho gera uma cadeia de impactos que atinge tanto alunos quanto professores, somando prejuízos individuais e coletivos. Esses efeitos, quando combinados, prejudicam a qualidade de vida da comunidade escolar e minam a eficiência do processo de ensino.

Aluno de uniforme roxo levantando uma de suas mãos

Nesse sentido, compreender esses desdobramentos ajuda a contextualizar os tópicos seguintes, que exploram de forma detalhada como alunos e professores são afetados de maneira particular pela poluição sonora.

Alunos:

Como já vimos, o excesso de ruído interfere diretamente no aprendizado e compromete diferentes aspectos do desenvolvimento escolar, pois reduz a concentração e prejudica a memorização. Além disso, favorece a agitação e comportamentos mais agressivos, altera o sono e resulta em um desempenho abaixo do esperado. E, em situações mais graves, pode até provocar perda auditiva precoce, com consequências permanentes na vida dos estudantes.

Esse cenário é reforçado por pesquisas realizadas no Brasil, que apontam que mais de 70% dos alunos não estão satisfeitos com o nível de barulho em sala de aula. Ademais, estudos indicam que, quando expostos a ruídos constantes, os estudantes tendem a ler mais rápido, mas com menor entonação e pouca atenção à pontuação. Como resultado, a compreensão do conteúdo fica comprometida e o aprendizado efetivo é prejudicado.

Portanto, torna-se evidente que o barulho influencia não apenas o momento presente, mas afeta todo o processo cognitivo e a qualidade do ensino. Essa constatação ajuda a compreender por que é urgente adotar soluções capazes de tornar os espaços escolares mais silenciosos, organizados e realmente favoráveis ao desenvolvimento acadêmico.

Professores:

Os docentes estão entre os profissionais mais expostos ao excesso de ruído nas escolas, pois além de enfrentarem sons internos como gritos, arrastar de cadeiras e sinal escolar, também lidam com fontes externas. Essa combinação constante de estímulos sonoros obriga o professor a elevar a voz para ser ouvido, o que gera rouquidão e desgaste das cordas vocais. E, embora a alteração da voz seja uma queixa recorrente, o que mais pesa é a exposição diária a ambientes barulhentos que se somam e comprometem a saúde de forma geral.

Mulher em sala de aula sentada à mesa, com uma lousa branca ao fundo, fazendo gesto de silêncio ao levar o dedo indicador à boca enquanto olha para frente.

Não por acaso, estudos apontam que cerca de 15% dos professores apresentam perda auditiva, índice superior ao de outras profissões. Já que, a exposição prolongada a sons elevados pode desencadear a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), uma condição cumulativa que danifica as células ciliadas do ouvido interno, responsáveis pela captação dos sons.

Ademais, como essas células não se regeneram, a perda auditiva tende a ser irreversível, e sintomas como zumbido, sensação de ouvido tampado e dificuldade para compreender a fala em ambientes ruidosos devem ser encarados como sinais de alerta.

É importante destacar que esses danos, muitas vezes, começam ainda na infância, mas só se tornam perceptíveis na vida adulta. Assim, enquanto professores sofrem com a sobrecarga vocal e o estresse resultante de ambientes ruidosos, os alunos também enfrentam dificuldades de concentração e agitação, demonstrando que toda a comunidade escolar está vulnerável aos impactos da poluição sonora.

Tecnologias e soluções que podem ser aplicadas nas escolas

Embora o problema seja desafiador e demande atenção contínua, algumas iniciativas já demonstram que é possível reduzir os impactos negativos do barulho no ambiente escolar. Nesse contexto, diferentes estratégias vêm sendo utilizadas por escolas, e a seguir, destacam-se algumas dessas soluções que mostram como é viável criar um espaço educacional mais saudável e eficiente.

Professora jovem, com expressão de cansaço e mão na testa, parece sobrecarregada em sala de aula, enquanto alunos desfocados aparecem ao fundo.

Conscientização e campanhas

Uma das iniciativas mais interessantes é a adoção dos ruidômetros, e cartazes que permitem avaliar o nível de barulho em sala de aula de maneira lúdica e simples. Eles funcionam como um recurso visual que alerta os alunos quando o som atinge níveis excessivos, despertando a consciência coletiva para a importância do silêncio.

Essa prática, além de divertida, cria um senso de responsabilidade entre professores e estudantes. Ao perceberem a mudança no indicador, todos se mobilizam para reduzir o volume, transformando o cuidado com o ruído em parte da rotina escolar. Assim, a medida contribui não apenas para diminuir o barulho, mas também para estimular uma convivência mais saudável e colaborativa.

Soluções acústicas

Uma das soluções mais simples e eficientes é a instalação de janelas e portas com vedação adequadas. Esse tipo de intervenção reduz a entrada de ruídos externos, como o trânsito e as obras próximas, além de ajudar a controlar os sons que se espalham pelos corredores e pátios.

Além disso, ao reforçar a vedação interna, torna-se possível diminuir a reverberação dentro das salas, criando um ambiente mais silencioso e confortável para alunos e professores. Essa medida, quando aliada a outros recursos acústicos, contribui de maneira significativa para a melhoria do processo de ensino.

Porta com esquadria de aluminio, em foco esta a maçaneta

Portanto, investir em soluções arquitetônicas como janelas e portas antirruído não é apenas uma questão de conforto, mas sim uma estratégia de saúde e bem-estar. Com elas, a escola garante melhores condições para o aprendizado e favorece um espaço mais equilibrado e saudável.

Estratégias pedagógicas

Práticas como a meditação antes das aulas têm sido utilizadas para reduzir a agitação dos alunos e preparar o ambiente para o aprendizado. Esse tipo de exercício favorece a concentração, diminui a ansiedade e contribui para que os estudantes iniciem as atividades de forma mais equilibrada.

Além disso, a promoção de atividades menos ruidosas e a adoção de metodologias ativas ajudam a manter os alunos envolvidos sem que seja necessário elevar a voz. Assim, o conjunto dessas práticas pedagógicas mostra-se eficaz não apenas no controle do ruído, mas também na construção de um ambiente mais produtivo e saudável para todos.

Equipamentos de proteção individual

Em situações específicas, o uso de tampões auriculares ou fones com cancelamento de ruído pode ser uma alternativa eficiente para reduzir a exposição ao barulho, especialmente para professores que passam longos períodos em salas agitadas.

Esse tipo de equipamento oferece alívio imediato e ajuda a preservar a saúde auditiva, funcionando como um recurso complementar enquanto soluções estruturais e pedagógicas são implementadas. Dessa forma, garante-se maior proteção sem comprometer a rotina de ensino.

Homem usando blazer cinza e camiseta amarela segura um caderno preto em frente a um quadro negro com fórmulas e figuras geométricas desenhadas, representando o ambiente escolar.

Por fim, o ruído nas escolas é um problema que vai muito além do incômodo momentâneo. Ele compromete a saúde física e mental de alunos e professores, reduz a qualidade do ensino e gera impactos duradouros na vida acadêmica e profissional. E, apesar de naturalizar a algazarra das crianças ou o burburinho nos corredores, é urgente reconhecer que a poluição sonora é uma questão de saúde pública.

Sendo assim, cabe à comunidade escolar, às famílias e aos gestores públicos agir em conjunto para transformar o ambiente educacional em um espaço saudável, silencioso e verdadeiramente propício ao aprendizado. Seja financiando melhorias na arquitetura escolar ou promovendo campanhas de conscientização.

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