O barulho nas cidades vai além do incômodo. Em idosos, a exposição constante ao ruído urbano representa um risco real à saúde do coração e exige atenção urgente.
Sons de trânsito, aviões e obras acionam mecanismos de estresse no corpo, elevam o cortisol e a pressão. Para idosos, isso significa maior risco de doenças cardiovasculares.
Neste stories, entenda como o barulho afeta o coração dos idosos, por que eles são mais vulneráveis e quais medidas podem proteger a saúde e o bem-estar desse grupo.
O QUE É RUÍDO URBANO?
Ruído urbano é o som excessivo e constante vindo de trânsito, sirenes, obras e aeroportos. Ele está presente no cotidiano das grandes cidades e ameaça o bem-estar.
A OMS recomenda até 55 dB de dia e 45 dB à noite. No entanto, cidades movimentadas passam de 70 dB e obras ou aviões podem ultrapassar 100 dB, afetando principalmente os idosos.
Além disso, dentro de casa, geladeiras antigas, bombas, geradores e ar-condicionado emitem ruídos de 45–65 dB, o que também eleva o cortisol e impede o corpo de relaxar.
Essa exposição diária, mesmo que de baixa intensidade, pode causar pressão alta, irritabilidade, ansiedade, distúrbios do sono e agravar doenças pré-existentes.
Entenda os efeitos do barulho no sistema cardiovascular
A cada 10 dB a mais no ambiente, o risco de problemas cardiovasculares graves cresce 3,2%. Ruído urbano é uma ameaça real, segundo dados do ESC 2024.
Sons constantes ativam o sistema simpático, liberando adrenalina e cortisol. Isso acelera os batimentos, eleva a pressão e inflama os vasos sanguíneos.
Esse estado de alerta contínuo causa hipertensão, endurecimento das artérias, disfunção endotelial e aumenta o risco de infartos e AVCs.
Sendo assim, mais que incômodo, o barulho urbano pode ser fatal, elevando hospitalizações por insuficiência cardíaca e diversas outras doenças graves.
Ruídos durante o sono acarretam problemas na saúde cardiovascular?
Durante o sono, o corpo deveria relaxar. Sons como buzinas e sirenes impedem esse descanso profundo, essencial à saúde do coração.
Mesmo dormindo, o cérebro capta os sons e libera hormônios do estresse. Isso eleva a pressão e torna o sono fragmentado, superficial e não restaurador.
No longo prazo, o sono de má qualidade por causa do ruído noturno desgasta o sistema cardiovascular e favorece doenças silenciosas.
Com a idade, a pressão se torna instável, as artérias mais rígidas e a circulação menos eficiente, aumentando os riscos.
Por que os idosos são mais vulneráveis?
Doenças crônicas como hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca são agravadas pelo barulho constante, elevando os riscos entre idosos.
Crianças, pessoas com ansiedade ou problemas respiratórios e moradores de áreas barulhentas também sofrem os efeitos nocivos da poluição sonora.
Apesar da poluição sonora ser um problema coletivo, ações individuais ajudam a reduzir os danos, especialmente para idosos em áreas ruidosas.
Invista em janelas e portas antirruído. O isolamento acústico adequado bloqueia sons externos e garante um ambiente mais estável e silencioso.
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Reorganize os cômodos: mova os espaços de descanso para áreas da casa menos expostas ao barulho, como fundos ou andares superiores.
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Use protetores auriculares durante o sono. Eles bloqueiam ruídos e garantem descanso mais profundo. Há modelos em cera, espuma ou silicone.
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Reduza estímulos artificiais no período noturno. Evite aparelhos barulhentos e sons eletrônicos antes de dormir para melhorar a qualidade do sono.
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Por fim, o ruído urbano é um agente silencioso, mas perigoso, que impacta diretamente a saúde cardiovascular dos idosos, exigindo medidas urgentes.